quinta-feira, 30 de outubro de 2025

" E V I D Ê N C I A S " - O ENCANTO DO T EATRO DE MARIONETES NAS CRIAÇÕES DE RENATO COELHO GUIMARÃES


Acompanhando esta apresentação do teatro de marionetes criada por RENATO COELHO GUIMARÃES  não há como deixar de lembrar postagem anterior.     

Um visitante recente muito especial da GALERIA CÂMARA CLARA foi Renato Coelho Cuimarães que veio na companhia da marionete Sato Lep.

Sato Lep vai integrar o acervo da Galeria.

Renato Coelho Guimarães é artista plástico, natural de Pelotas-RS. Participou na finalização, estreia e circulação de mais de 100 apresentações do primeiro espetáculo do Teatro Navegante de Marionetes. 

Em 1994 Renato residia na praia da Enseada das Garças, no Espírito Santo em uma comunidade artística. Catin Nardi e Rena.

Teve uma importante presença durante a resistência pela preservação da pavimentação de paralepípedos do Entorno do Café Lamego 

Para encerrar através do link a seguir podemos acompanhar mais de perto aspectos de sua importante carreira como artista. 

TEATRO NAVEGANTE- ARTISTA HOMENAGEADO >>>




terça-feira, 14 de outubro de 2025

UM TEMA PARA ALGUÉM - Ivanov Basso


Peça escrita para Flauta Transversal, Violão e Cordas aqui apresentada em instrumentos virtuais. Entendo que as composições deveriam sempre ser dedicadas a alguém, se possível. É bem mais motivador escrever música para alguém, um amigo, um familiar, um pet, um acontecimento, enfim, qualquer coisa que se transforme em pretexto para se escrever música. Não tenho a quem oferecer esse trabalho, então faço para "alguém" que o escute. Não tenho controle sobre como vai ser a escuta dessa peça, mas fiz no sentido de que seja um experiência positiva, agradável e que o ouvinte esteja melhor ao final da escuta. Aliás esse é meu propósito principal, além da necessidade de auto expressão. Escrevi essa peça na forma A - B - A onde em B apresento o Violão em escrita em Trêmulo que é um dos mais belos efeitos que se alcança no instrumento Agradeço pela escuta.

Dedicada â Galeria Câmara Clara

sábado, 11 de outubro de 2025

VISITA DE RENATO GUIMARÃES, UM MESTRE DA ARTE DOS MARIONETES

Um visitante recente muito especial da GALERIA CÂMARA CLARA foi Renato Coelho Guimarães que veio na companhia da marionete Sato Lep.

Sato Lep vai integrar o acervo da Galeria.

Renato Coelho Guimarães é artista plástico, natural de Pelotas-RS. Participou na finalização, estreia e circulação de mais de 100 apresentações do primeiro espetáculo do Teatro Navegante de Marionetes. 

Em 1994 Renato residia na praia da Enseada das Garças, no Espírito Santo em uma comunidade artística. Catin Nardi e Rena.

Teve uma importante presença durante a resistência pela preservação da pavimentação de paralepípedos do Entorno do Café Lamego 

Para encerrar através do link a seguir podemos acompanhar mais de perto aspectos de sua importante carreira como artista. 

TEATRO NAVEGANTE- ARTISTA HOMENAGEADO >>>




sexta-feira, 10 de outubro de 2025

JÚLIA ASSUMINDO NA GALERIA CÂMARA CLARA

 

Júlia Pafiadache é formanda do curso de Design da Universidade Federal de Pelotas e incorporou-se à equipe da GALERIA CÂMARA CLARA. 

Entre suas atribuições relativas ás várias frentes que são desenvolvidas, algumas em parceira com a COSMOS HUB , se poderia destacar a mostra/video IMAGENS DO SILENCIO, os posters IMAGENS CATIVAS e os blogs  A METADE SUL,  GATA SUETO, e FLOTILHA.COM

E aproveitando seu interesse pelo tema da impressão  podem estar surgindo alguns livros por aí

sábado, 4 de outubro de 2025

A GALINHA FUGIDIA - Enio Andrade


Eu tinha mais ou menos cerca de doze anos quando o fato aconteceu. Certa manhã minha mãe me chamou e disse que precisava que eu fosse até a casa da Lurdes. A Lurdes era uma amiga do tempo de sua juventude que tinha perdurado, talvez a única. Minha mãe tinha uma vida muito difícil e eu estava incluída, mesmo sem ter escolhido. Eram muitos irmãos, muita demanda.

O dia mal começava e já tínhamos que sair para dar conta de nossa sobrevivência. Naquele dia os “acontecimentos”, que era como chamávamos nossas dificuldades começaram cedo. O gás acabou um pouco depois das dez horas da manhã. Justo naquele dia em que minha mãe iria fazer um arroz com galinha. A galinha nos foi dada por um pai de santo amigo de minha mãe. Era uma sobra de um “trabalho” que lhe fora encomendado.

- vai lá na lurdes e pede pra ela fazer uma comida.

Eu assenti com um gesto de baixar a cabeça. Minha mãe passou a mão em um balaio e botou a galinha ali dentro. Esqueci de mencionar que a galinha estava viva. Não era incomum que as pessoas matassem as galinhas em casa. Eu mesma já tinha visto muitas vezes minha mãe matar várias. Confesso que não era uma coisa boa de se ver. A pessoa pegava a galinha e começava a girar a bicha no ar até que o pescoço quebrava e pronto. Outras colocavam uma das mãos na base do pescoço da galinha enquanto colocavam a outra mão mais próxima à cabeça e puxavam as duas mãos ao mesmo tempo e em sentido contrário.

O balaio tinha duas tampas, minha mãe me advertiu para que não o abrisse.Fui andando na direção da casa da lurdes. A lurdes morava a cerca de dez quadras de nossa casa. Era ali no centro, bem pertinho. Fui andando distraída como era o meu costume, atenta a tudo que fosse curioso e desatenta com o restante. Ao chegar à rua almirante

barroso parei porque era uma rua muito movimentada e minha mãe sempre dizia para tomar cuidado.

Minha mãe não precisava nem sair de casa para tomar conta de mim, estava em minha cabeça como uma espécie de consciência. Sempre dizendo, faça isso, faça aquilo, com aquela sutileza de locomotiva, que ela não me ouça. Ao parar para olhar para os dois lados tive a curiosidade de conferir se estava tudo bem com a galinha.

Mal abri a tampa do balaio e a galinha num gesto abrupto a empurrou com a cabeça e saltou para a liberdade. A galinha devia estar com muito medo porque só o desespero nos faz tão corajosos, mas o que estou dizendo? Passado aquele primeiro momento de surpresa comecei a me desesperar, e agora? Minha mãe vai me matar.

Precisava fazer alguma coisa. Não conseguia pensar direito, a imagem de minha mãe ouvindo sobre a perda da galinha povoava a minha cabeça de uma tal maneira que sobrava pouco espaço para uma reação. Enquanto eu me debatia em lamentações a galinha já tinha atravessado a rua movimentada e estava parada bicando o chão em busca de algo para comer, pensava eu.

A imagem da galinha ali parada recobrou em mim alguma esperança, quem sabe eu a pudesse recuperar e apagar de minha mente aquelas cenas horríveis em que minha mãe me tirava o couro. Decidi ir atrás da galinha, atravessei a rua resoluta e com uma determinação que não julgava possuir, devia ser algum arroubo de coragem apreendido por mim de algum personagem daquelas fotonovelas intermináveis que eu lia com tanto gosto em um dos poucos intervalos que aquela vida miserável me permitia.

A galinha continuava lá impassível, parada ali como se quisesse me desafiar. A liberdade daquela galinha era como uma afronta dentro da minha forma de pensar naquele instante. Fui me aproximando devagar como quem tem uma estratégia definida. Quando cheguei perto o suficiente para dar o bote a galinha deu um salto e iniciou uma corrida entre os carros que estavam estacionados.

Depois que eu me cansei ela parou e ficou escondida embaixo do carro junto a uma roda. Fiquei parada e enquanto descansava um pouco pensei que aquele jogo de

gato e rato poderia durar horas e comecei a me desesperar. Agora só um milagre poderia me salvar. Foi aí que apareceu aquele anjo em minha vida. Não sei de onde vinha, pouco me importava, têm horas que só precisamos que as coisas aconteçam, não precisamos de explicação e nem significados.

O homem parou e sorriu para mim. Perguntou o que uma menina fazia ali espiando embaixo de um carro. Contei tudo a ele da forma mais resumida que consegui. Ele pediu que contasse de novo porque eu estava tão ansiosa para resolver aquilo tudo que atropelei as palavras e engoli sílabas. Voltei a contar tudo com mais calma e ele entendeu. Mal terminei e o homem se abaixou e deu uma boa olhada na galinha. Chegou perto de mim e quase cochichou no meu ouvido.

A estratégia era simples, enquanto eu atacava por um lado ele esperava do outro e procurava num só gesto conseguir êxito. Toda aquela confusão terminou de uma forma repentina. O homem capturou a galinha de uma forma tão eficaz que aquilo ficou cristalizado em minha memória, jamais esqueci. Depois de agradecer ao homem me dirigi à casa da lurdes e esperei que a galinha cumprisse seu destino. É claro que minha mãe nunca soube do acontecido.

quarta-feira, 1 de outubro de 2025

MANOEL MAGALHÂES, ROMANCISTA E PINTOR NAIF ESTÁ NA GALERIA

Manoel Magalhães, é pelotense , jornalista, escritor e pintor naïf,

Como romancista tem  tem seis livros publicados: Guerra Silenciosa, livro-reportagem; Dois Textos Marginais . contos; O Abismo na Gaveta  romance; O Homem que Brigava com Deus , romance; Vampiros - romance. 

Magalhães também é autor teatral e roteirista de cinema. Em 1982 ganhou o Prêmio João Simões Lopes Neto, gênero teatro, e em 2005, no mesmo Prêmio, gênero contos, foi finalista com o conto A Mosca, publicado na antologia de Contos João Simões Lopes Neto. 

Como jornalista trabalhou no Diário Popular, Pelotas; no Diário Catarinense, Florianópolis; e Correio Braziliense, Brasília. Viajou pelo país como free-lance, vendendo reportagens para vários jornais brasileiros. 

Em 2013 lançou o romance "Senhora do Amor", ambientado em Pelotas nos anos 50, narrando a passagem pela cidade dos pintores italianos Aldo Locatelli e Emílio Sessa, editado pela Editora Livraria Mundial.

O quadro acima é parte do Acervo da Galeria Câmara Clara e a modelo é a Gata Sueto (www.gatasueto.com